sábado, 7 de abril de 2012

Por que a coceira coça tanto?

Amar e coçar é só começar...

Afinal, por que a coceira existe? O que acontece no organismo quando coçamos? Por que algumas partes do corpo coçam mais? Por que coçar é gostoso, mas aumenta a vontade de coçar? Só de pensar nisso tudo você ficou com coceira? Como é possível? Calma...

Por muito tempo, a coceira foi considerada uma forma atenuada de dor. E ela realmente divide com a dor alguns caminhos do sistema nervoso. Ambas as sensações começam nos nervos periféricos, que ficam na pele, e caminham até a medula espinhal, na base das costas, para daí seguir em direção ao cérebro.

Mas uma pesquisa da Universidade de Mannhein, na Alemanha, fez uma descoberta surpreendente. Na nossa pele, existem nervos especializados em coçar, e o cérebro tem uma reação pré-programada a eles.

“Quando a gente encosta o braço direito num ferro quente, por exemplo, o cérebro transmite um sinal que movimenta os músculos desse braço, para que tiremos o membro da situação de perigo e dor. Já se sentirmos uma coceira, também no braço direito, a mensagem enviada pelo cérebro vai estimular o lado esquerdo do corpo, para que você use a outra mão para se coçar”, explica Marcus Vinicius Gonçalves, neurologista do grupo de doenças neuromusculares do Hospital das Clínicas da USP.

Quer dizer: ninguém precisa aprender a se coçar. É uma ação instintiva, tão natural quanto respirar. Por isso os cientistas acreditam que a coceira, que existe em praticamente todos os vertebrados terrestres, seja um mecanismo de defesa – para que os animais aprendam a detestar, e evitar, picadas de insetos e outros agentes irritantes.

É gostoso. Por quê?

“Coçar é uma das melhores gratificações da natureza, e à mão mais do que qualquer outra”, escreveu o filósofo Michel de Montaigne, no século 16. Isso ninguém discute. Mas por que é assim? “Por motivos que ainda não são conhecidos, o prurido estimula uma região do cérebro relacionada ao prazer. Isso faz com que coçar se torne um tipo de recompensa para o cérebro”, diz Marcus.

Ainda que o ato forneça alívio momentâneo, normalmente piora a coceira, pois ela tende a se realimentar. Veja o hábito masculino de coçar o saco, por exemplo. Seja porque não tem nada para fazer, seja para ajeitar a cueca, o homem dá uma leve coçadinha. Isso faz o corpo liberar histamina, que causa inchaço e vermelhidão na pele, atiça as terminações nervosas, que aumentam a coceira... e por aí vai.

Aí não! Pára! Pára!

É só alguém passar a mão numa região sensível do seu corpo, como embaixo do braço, na sola do pé ou perto do joelho, e pronto: você começa a se contorcer, ri incontrolavelmente e é tomado por uma sensação extremamente desagradável. A cócega é uma das reações mais bizarras do organismo.

Como uma coisa tão inocente pode produzir um efeito tão horrível, a ponto de já ter sido usada como forma de tortura? E por que ninguém consegue fazer cócegas em si próprio?

Assim como a coceira, a cócega é o que sobrou de um mecanismo de defesa criado para nos proteger de predadores e ameaças em geral – como a aranha que está subindo agora no seu pescoço (brincadeira).

Só que a cócega é uma reação ao inesperado: como nos avisa sobre coisas que estão chegando de surpresa, e portanto são potencialmente mais perigosas, é mais desagradável do que a coceira. Se você tentar fazer cócegas em si mesmo, o cerebelo (área do cérebro que coordena os sentidos) conclui que a situação não é inesperada, e não dispara sinal nenhum.

A exceção fica por conta dos esquizofrênicos. Um estudo mostrou que, como eles não distinguem sensações externas daquelas causadas pelo próprio organismo (é por isso que têm a impressão de ouvir vozes), muitas vezes têm a capacidade de fazer cócegas em si próprios.



Até a próxima pessoal!!!
Abração!!!

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