quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Saúde: cacimba rasa para políticos sem compromisso

Cacimba Rasa

A década de 80 foi um período muito difícil para a população hidrolandense. Naquele tempo as secas eram constantes, faltava água, alimento, trabalho, e as pessoas (principalmente as minhas irmãs) se viravam para conseguir por na mesa o "de comer". Assim, em meio aquelas enormes dificuldades, muitas pessoas tinham como fonte de renda a venda de água retirada nas cacimbas do Rio Batoque.

Quando a cacimba era rasa, era ótimo, a água minava em qualquer buraco pelo leito do rio, mas, depois de algum tempo, as cacimbas tendiam a se tornarem mais profundas, sendo que o lençol freático ia se esvaindo. E com a profundidade o perigo, pois havia também o risco de alguém morrer soterrado pelas barreiras das cacimbas.

Como o problema era a falta de água, as campanhas políticas eram recheadas de promessas que visavam solucionar o problema, sendo a mais conhecida delas a construção do tão sonhado (mas nunca realizado) "Açude do Morro". Promessas essas, que duraram muitas campanhas, tendo sua validade vencida quando o Governo do Estado resolveu o problema da falta d'água com as adultoras do Açude Araras.

Saúde para o povo

Hoje a barganha eleitoreira está focada diretamente na situação em que se encontra a saúde municipal. A alegação principal dos políticos em campanha, é a falta de investimentos na área, as condições precárias dos postos de saúde e hospitais.

Considerando, que legalmente os investimentos com saúde não podem ultrapassar a 15% do PIB (conforme citado em palestra do TCM), qualquer promessa de campanha no que diz respeito a solução dos problemas da saúde torna-se praticamente inviável, a não ser que sejam desviados recursos de outras áreas, como a educação, que abocanha 25% do PIB. Porém, se um gestor público desviar dinheiro da educação, por exemplo, para a saúde, automaticamente, se torna alvo de comentários maldosos nos palanques eleitorais.

A verdade é que, considerando o PIB municipal e não comparar com o porte de cidades que fazem a diferença no atendimento da saúde, é injusto. Não dá para comparar os 15% de Santa Quitéria com o de Hidrolândia.

Então, quem quer que seja o eleito no dia 7 de outubro, de modo algum fará milagres no que diz respeito a melhoria da saúde municipal. Primeiro, porque equipamentos custam caro e requerem manutanção caríssima; segundo, porque o material humano também é oneroso,  e tentar resolver isso com 15% é, em verdade, realizar milagres.

O sonho dos políticos é que as mulheres de hidrolândia voltem a parir aqui, para que seus filhos voltem a ter naturalidade hidrolandense, e para isso, caro leitor, não adianta apenas ter médico, é preciso, que possa existir, no mínimo, uma Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) no hospital. Então, surge o dilema: compra e mantem uma UTI ou contrata-se médicos e enfermeiros para realizarem os partos, dando assim, o que os políticos querem, que é mais crianças naturais de Hidrolândia.

Espero que a próxima prefeita eleita, use bem estes 15%, que melhore bastante o trabalho, inegável, que já vem sendo feito. É óbvio que falta muito para chegar ao patamar sonhado pela população hidrolandense, e que nunca vai alcançar as espectativas dos políticos que sempre vão procurar outra cacimba rasa para tirar sua água doce e potável.

Quem assumir a Prefeitura em janeiro de 2013, estará com um abacaxi verde nas mãos para descascar.

Que Deus abençoe e direcione a todos!

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