A lembrança mais remota que tenho da minha mãe é de, certa vez, ela ter ido comigo à residência do
senhor Waldemiro (fotógrafo local - anos 70-80) para tirar uma foto.
Eu devia ter de três para quatro aninhos e recordo-me ainda daquele episódio, que, então, era uma satisfação para mim. Na imagem do binóculo que tenho guardado, estou eu, segurando meu gatinho branco, porém, apenas a aba do seu vestido aparece em segundo plano.
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Esta geração não
conheceu a dona Gervige com quem cresci. Nem netos, nem bisnetos. Lembro-me da
mulher respeitada por alguns (por sua excelência no trabalho que prestava à
algumas famílias, tida como a pessoa que melhor lavava a roupa das patroas abastadas
da cidade), temida e, talvez, odiada por outros (pois, não permitia que se
fizesse furdunço ou que toldassem a água da cacimba que zelava com tanto amor).
Sua vida pode ser resumida
em uma palavra: trabalho. Trabalhou incansavelmente para dar aos filhos aquilo
que acreditava ser o mais importante. De seu suor, construiu moradas para cada
um, mesmo depois de ser vítima de sua própria labuta, impedida de fazer o que mais
lhe aprazia, trabalhar.
Foi a pessoa que me
criou como do seu ventre, de quem posso dizer com orgulho ter herdado a
personalidade forte, também a honestidade e a franqueza. Queria eu poder
liberar com lágrimas a tristeza de vê-la partir e a alegria de tê-la chamado
mãe. Infelizmente, não sei dizer aos outros aquilo que era apenas de seu interesse.
Que me perdoem os
homens, eu não me juntar aos rituais, pois a pessoa que amei já não está mais
aqui.
Um comentário:
ei mudei o nome do meu blog agora é mundodoutorrent.blogspot.com
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